ANSIEDADE: QUANDO UMA EMOÇAO SE TRANSFORMA EM DOENÇA
- Andreia Mello

- 31 de jan.
- 4 min de leitura

A ansiedade é uma emoção, uma resposta natural do organismo diante de situações percebidas como ameaçadoras, desafiadoras ou desconhecidas. Trata-se de um estado emocional caracterizado por apreensão, medo, nervosismo, inquietação e antecipação (quase sempre catastrófica) de eventos futuros. Ela é essencial para a nossa sobrevivência porque garante que o cérebro funcione em estado de alerta, motivando a pessoa a lidar com os desafios que surgiram.
Em situações específicas como falar em público, se expor a um ambiente desconhecido, prestar um exame, enfrentar uma situação de perigo, a ansiedade acontece naturalmente e desparece quando o quadro estressante cessa.
Entretanto, quando se torna excessiva ou incontrolável, estamos diante de um Transtorno de Ansiedade e são necessárias intervenções para retomar o equilíbrio.
CAUSAS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
As causas do transtorno de ansiedade são complexas e envolvem uma combinação de fatores:
Genéticos: histórico familiar.
Biológicos: desequilíbrio de neurotransmissores como serotonina e dopamina.
Ambientais: exposição prolongada ao estresse, traumas ou experiência difíceis de vida.
Psicológicos: características de personalidade (a timidez ou o perfeccionismo, por exemplo, pode ser um fator desencadeante).
Saúde: doenças da tireoide, asma, doenças cardíacas, câncer, dentre outras.
Substâncias psicoativas: uso de alguns medicamentos e substâncias lícitas (álcool) ou ilícitas (drogas).
TIPOS DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE
O transtorno de ansiedade se apresenta em grupos definidos e tem características próprias:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): caracterizado por uma preocupação constante e excessiva, mesmo quando não há motivo aparente.
Transtorno do Pânico: envolve ataques de pânico recorrentes e inesperados, acompanhado de um medo intenso de ter novos ataques ou sensação de morte iminente.
Transtorno de Ansiedade Social: medo extremo de situações sociais ou de ser julgado negativamente pelos outros.
Fobias Específicas: medo irracional e extremo de objetos ou situações específicas (altura, insetos, escuro, sangue, água, etc.)
Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT): surge após a vivência de um evento traumático e inclui sintomas como “flashbacks”, pesadelos e ansiedade severa.

SINTOMAS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
No transtorno de ansiedade, os sintomas mentais e físicos se misturam e frequentemente se manifestam ao mesmo tempo. Os sintomas mentais mais frequentes são inquietação constante, dificuldade de concentração, medo exagerado, sensação de perigo imediato e pensamento acelerado.
Já os sintomas físicos mais comuns incluem taquicardia (palpitações), tensão muscular, respiração acelerada ou curta, suor excessivo, tontura ou sensação de desmaio, problemas gástricos e intestinais (enjoo, diarreia, dor de estômago), tremores nas mãos ou no corpo, sensação de aperto ou dor no peito, garganta ou mandíbula, formigamentos ou dormência, cansaço extremo.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE TEM TRATAMENTO
Uma abordagem eficaz para o tratamento envolve uma combinação de diferentes estratégias. A escolha vai depender da gravidade do transtorno, das necessidades individuais e da resposta a cada abordagem proposta. Dentre as principais opções de intervenções terapêuticas, temos:
Psicoterapia: em geral, a psicoterapia está entre as principais formas de tratar a ansiedade de maneira eficaz, já que permite que a pessoa reconheça qual é o “gatilho emocional” que desencadeia o transtorno e consiga agir diretamente sobre ele. Um psicólogo experiente pode ajudar a pessoa a identificar e modificar os pensamentos distorcidos, reduzindo os conflitos emocionais. Nos casos de ansiedade leve a moderada, o tratamento pode ser apenas psicoterapia, com boas chances de remissão dos sintomas. Na ansiedade grave, o tratamento segue com a psicoterapia, mas o uso de medicação aumenta as chances de remissão dos sintomas e reduz o risco de recaídas. A abordagem
terapêutica mais indicada é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), considerada atualmente como padrão-ouro no tratamento. É a opção que apresenta mais evidências científicas de benefícios em curto e longo prazos.
Medicamentos: estão indicados quando os sintomas do transtorno de ansiedade impactam na vida diária de quem vive com essa condição. São uma parte importante do tratamento, mas precisam estar combinados com a psicoterapia e as intervenções no estilo de vida, para um resultado mais eficaz e duradouro.
Intervenções no estilo de vida: mudanças no estilo de vida como:
1. exercícios físicos: praticar regularmente atividade física ajuda nosso cérebro a liberar
endorfinas, que são neurotransmissores que promovem sensação de bem-estar.
2. técnicas de relaxamento: meditação, ioga e exercícios de respiração são exemplos de
técnicas que ajudam a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, quando praticados
regularmente.
3. alimentação balanceada: uma dieta equilibrada auxilia na função cerebral e ajuda a reduzir os sintomas da ansiedade. Deve-se evitar cafeína, energéticos e bebidas alcoólicas por agirem como estimulantes das funções cerebrais.
4. higiene do sono: manter uma rotina de sono saudável é indispensável para uma boa saúde mental. O sono de qualidade ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o desempenho do nosso corpo.
6. Apoio social e educação: participar de grupos de apoio pode proporcionar uma rede de
suporte e a oportunidade de compartilhar experiências com outras pessoas que enfrentam
desafios semelhantes.

O tratamento do Transtorno de Ansiedade abrange o cuidado físico, emocional mental e espiritual, buscando o equilíbrio integral da pessoa. Não basta focar nos sintomas pois os melhores e mais duradouros resultados são obtidos ao tratar a pessoa como um todo.
Se você está se sentindo ansioso e isso tem prejudicado suas atividades do dia a dia, não hesite em buscar ajuda. Entre em contato.

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